quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Crianças na mídia: causas e efeitos

É extremamente comum nos depararmos com crianças atuando, cantando, dançando em diversos veículos de comunicação ou em outros tipos de apresentações artísticas. É difícil um produto como uma novela ou um comercial para TV que não possua uma criança. E este fato não é uma problemática atual. Já nos anos trinta do século passado Judy Garland, atriz norte-americana, fazia sua estréia no cinema com apenas 7 anos de idade. Em 1956 Patty McCormack, então com 12 anos de idade, surpreendeu o mundo interpretando uma seria killer no filme “The Bad Seed”. Seria possível ainda listar inúmeras outras crianças que passaram parte ou a totalidade de sua infância decorando textos, gravando cenas ou dublando filmes.
Mas qual o limite para a atuação profissional destas crianças?
Tal problemática habita constantemente a mídia, ainda mais em tempos de Maísa, a pequena apresentadora que ficou conhecida por se expressar como uma adulta, e Klara Castanho, a atriz que interpreta uma vilã em uma novela da TV Globo.
Muito se fala sobre e legitimidade desse trabalho, fato que já rendeu diversos episódios, alguns com a atuação do Ministério Público.
A legislação proibe o trabalho para menores de 16 anos. Porém, existem mecanismos legais para a obtenção de permissão judicial, fato que permite a atuação de crianças. Segundo o site do Ministério Público do Trabalho, para a autorização do trabalho infantil artístico para menores de 16 anos é imprescindível a observância de alguns pontos:
“A) Imprescindibilidade de Contratação, de modo que aquela específica obra artística não possa, objetivamente, ser representada por maior de 16 anos; B) Prévia autorização de seus representantes legais e concessão de alvará judicial, para cada novo trabalho realizado; C) Impossibilidade de trabalho em caso de prejuízos ao desenvolvimento biopsicosocial da criança e do adolescente, devidamente aferido em laudo médico-psicológico; D) Matrícula, freqüência e bom aproveitamento escolares, além de reforço escolar, em caso de mau desempenho; E) Compatibilidade entre o horário escolar e atividade de trabalho, resguardos dos direitos de repouso, lazer e alimentação, dentre outros; F) Assistência médica, odontológica e psicológica; G) Proibição de labor a menores de 18 anos em locais e serviços perigosos, noturnos, insalubres, penosos, prejudiciais à moralidade e em lugares e horários que inviabilizem ou dificultem a freqüência à escola; H)Depósito, em caderneta de poupança, de percentual mínimo incidente sobre a remuneração devida; I) Jornada e carga horária semanal máximas de trabalho, intervalos de descanso e alimentação; J) Acompanhamento do responsável legal do artista, ou quem o represente, durante a prestação do serviço; L) Garantia dos direitos trabalhistas e previdenciários quando presentes, na relação de trabalho, os requisitos do arts. 2° e 3° da Consolidação das Leis do Trabalho. “
Já para diversos psicólogos, tal prática é extremamente danosa para a criança, principalmente por se tratar de um período primordial de desenvolvimento. E muitas ações são apontadas para justificar tais danos como a exposição a grandes cargas horárias de trabalho, a dificuldade de interação social devido a grande exposição, uma possível diminuição no rendimento escolar e diminuição no horário dedicado ao lazer.
O fato é que a mídia utiliza tal mão-de-obra de forma intensa e corriqueira, submetendo essas crianças a longo e intenso período de gravações, preparação prévia e outras ações. Logo, elas são impelidas a assumir responsabilidades não adequadas para idade que possuem. Trata-se de um processo forçado de amadurecimento.
Não se trata de um período diferenciado de lazer, ou seja, mesmo que seja divertido para uma criança estar naquele ambiente específico, a função dela continua sendo a de trabalhar, realizar uma função que exige formato, técnica e responsabilidade.
Enfim, o trabalho infantil na mídia pode e deve ser comparado a qualquer outra modalidade profissional aplicada a crianças e sua legitimidade deve ser discutida e revista constantemete.

1ºA
Alex
Rebeca
Fábio Quintino
Evelyn

10 comentários:

  1. Fazer uma criança trabalhar faz com que esta perca sua infância. A criança passa a ter que cumprir com uma responsabilidade além da escola, ficando mais cansada assim dimuindo o seu rendimento escolar. Eu sou contra qualquer forma de trabalho infantil.

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  2. Gabrielle Coelho - 1º ano A19/8/10 14:14

    Não acredito que só haja pontos ruins neste tipo de trabalho, pois acaba ensinando a criança a ter mais responsabilidade.
    Porém, é preciso que os pais estejam sempre presentes para que não haja abuso e que sejam cumpridas todas as normas impostas pelo Ministério Público.

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  3. Catarina Assis. Primeiro ano, jornalismo. Turma A19/8/10 15:06

    Acho que quanto mais cedo a criança começa a trabalhar, mais "problemas" ela terá em seu futuro. Uma criança não tem tanta noção de compromisso, ou do quanto ela se torna visível (quando trabalha em uma emissora de TV). Isso faz com que ela tenha transtornos em seu dia-a-dia. Pois perde a liberdade de ser criança, de brincar, de não tem preocupações!
    Penso que menores de 16 anos, não devem trabalhar como adultos. Lógico que é sempre bom ajudar nos deveres domésticos, para ir cirando responsabilidades, mas "pegar no batente" sériamente muito cedo, só causa distúrbios.
    Sou contra a exploração de menores.

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  4. Gustavo Godoy, Rtv turma A19/8/10 15:53

    Acho que o problema não é a criança trabalhar em TV, mais em se acostumar com o "glamour" que a TV passa pra elas e depois de algum tempo ser esquecida, uma criança não te psicologico pra entender e enfrentar isso.

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  5. Realmente o trabalho infantil em novelas, programas e até mesmo comerciais vêm crescendo muito, mas é preciso saber como infiltrá-las nesse meio. Muitas vezes a carga horária de trabalho de uma ator mirim se iguala a de um profissional já adulto, e o importante é sempre ressaltar á essas crianças o dever delas com o estudo. Muitas delas perdem um pouco da infância por conviverem maior parte do tempo com adultos. Adoro ver uma criança com um talento desses, o que não adimito é quando ridicularizam essas crianças fazendo-as vestir micro roupas e dançarem como se fossem adultas. É como o Gustavo disse acima, o problema não é as crianças trabalharem na TV, o problema é acostumarem com o "glamour".

    Julia Capucho RTV turma A

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  6. O trabalho artístico hoje é visto pelos telespectadores como algo natural e normal, ja que para reproduzir com verdade algumas cenas a presença infantil é primordial,porém o que não se torna claro é a exposição da criaça ao trabalho contando com responsabilidades e obrigações de cumprimentos de contratos.
    O maior mal se faz presente quando a criança se torna dispensável a tv e ainda possui uma mente infantil que ainda não entende que seu papel ali acabou.
    Assim acredito que por pior que seja a exploração artística física o maior dano esta na exploração mental destas crianças.

    Jairo dos Santos Junior 1° com social- PP

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  7. Acredito que a exposição de crianças na mídia seja realmente um processo forçado de amadurecimento e isso pode trazer consequências psicologicas em seu desenvolvimento.Diante da impossibilidade delas desaparecem na tv, deve-se ter um acompanhamento pessoal e específico diante da necessidade de cada uma.

    Danusa Chiaradia Com. Social PP

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  8. Tudo é uma questão de equilibrio, se os pais dosarem esse tipo de trabalho em especial não hávera problemas. Pois as crianças aprendem muito na midia, se divertem e fazem amigos com o elenco.

    Beatriz Cavalheiro Moraes 1°a Cominicação Social

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  9. Ricardo Abissi 1º ano B Jornalismo2/9/10 11:58

    Concordo com o comentário da Pamela. Sou contra qualquer tipo de trabalho infantil. Não dá pra contornar a situação, dizendo que em algumas ocasiões ele pode ser aceito. Trabalho é responsabilidade, que não deve ser imposta as crianças.

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  10. Quando se fala em trabalho infantil uma das idéias que logo vem à cabeça é a crueldade de quem pratica esse crime. É uma realidade que o trabalho pesado para as crianças prejudica a saúde e todo o desenvolvimento físico e emocional.
    Porém a crueldade, na maioria das vezes não é culpa dos familiares e sim do descaso político e social.A situação econômica e social do Brasil não colabora para que a mudança seja eficaz.
    Nossa sociedade está cheia de problemas que vão se acumulando.
    Uma bola de neve!

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